sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Quem somos?

“Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa válvulas, que olha o relógio, que compra pão às 6 horas da tarde, que vai lá fora, que aponta lápis, que vê a uva etc. etc. Perdoai, mas eu preciso ser muitos”. 
(Manoel de Barros)


A ansiedade já foi considerada o mal do século. Todos nós, de alguma forma e em algum momento já viveu momentos de ansiedade e/ou angústia. Mesmo em momentos da vida em que estamos bem, aparece um incômodo/apreensão sem pedir licença... E é inevitável a gente pensar: se estou bem e feliz, porque esta angústia? 

Algumas coisas me vieram a cabeça. Acho que uma boa parte da nossa angústia vem de ver a "felicidade" dos outros. Pode parecer besteira ou óbvio, mas este festival de gente sorrindo, curtindo a vida (em restaurantes, praias, viagens e fotos), no Facebook e no Instagram, nos faz imaginar que estão todos numa grande festa para a qual não fomos convidados. Como diria meu avô, a grama (e a vida) do vizinho parece sempre mais verde (e feliz)...

Na mesma linha, quando o casamento acaba ou o trabalho não acontece/não dá certo, sempre ficamos nos vendo como perdedores, derrotados. Está todo mundo dando certo, está todo mundo feliz e só nós que não. Mas como diriam os jovens, "só que não"... Não há festa em lugar nenhum! Uma vez um grande amigo, que foi padre, me disse que o que mais ele ouvia nas confissões era o depoimento de pessoas desesperadas, angustiadas, tristes. E que o impressionava vê-las do lado de fora do confessionário sorridentes e "felizes", como se não estivessem vivendo um drama! Os consultórios dos psicanalistas estão cheios, o consumo de
ansiolíticos não para de bater recordes a cada ano. Na verdade as pessoas estão hesitantes, carentes, com o corpo dolorido e torto, insatisfeitas, perdidas... Mas não podem admitir e, pior, não têm com quem falar a respeito.

Antigamente tínhamos a religião, o partido, ou comportamentos culturalmente aceitos para nos apegar. Sabíamos como ser um marido, uma mulher, um filho. A religião ou o partido diziam como devíamos pensar e nos comportar. Os manuais de administração nos ensinavam a ser executivos e chefes eficazes e eficientes. Ou podíamos (ainda podemos) transferir esta responsabilidade da nossa felicidade para outros (psicólogos, psiquiatras, astrólogos...).
Hoje, paradoxalmente, temos menos refúgios. Mesmo com as redes sociais, não temos um porto seguro onde aportar. As relações nas redes são superficiais, falamos frases curtas, rápidas. Não temos tempo para nos aprofundar. E relações profundas se constroem com sentimentos, com vivência, com experiência. E isto demanda tempo e atenção. O segredo para mim é este: estar atento. Atento às relações afetivas que realmente importam, aos problemas que realmente são críticos. Estar atento também para não sufocar.

"Quero ser teu amigo. Nem demais e nem de menos. Nem tão longe e nem tão perto. Na medida mais precisa que eu possa. Amar-te sem medida e ficar na tua vida da maneira mais discreta que eu souber.Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar. Sem forçar tua vontade. Sem falar, quando for hora de calar. E sem calar, quando for hora de falar. Nem ausente, nem presente por demais. Simplesmente, calmamente, ser-te paz. É bonito ser amigo, mas confesso: é tão difícil aprender! E por isso eu te suplico paciência. Vou encher este teu rosto de lembranças. Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias…" (Fernando Pessoa)

Como disse o Fernando Pessoa, na poesia acima, saber a hora de estar mais perto ou se afastar não é fácil, até porque esta busca do ponto certo é eterna. Ele é móvel... As pessoa mudam e o que era o ideal ontem pode não ser hoje. E o que é bom para mim pode não ser para o outro. Cada um deve buscar o seu porto, o seu ponto de equilíbrio, sabendo que ele é dinâmico, mutante.

Li uma vez uma entrevista do Caetano Veloso onde ele falava que que sentia amparado e desafiado pelo cenógrafo Hélio Eichbauer, e fiquei pensando: amar não é isto? Alguém que te ampara E desafia? Que é teu porto seguro E o local de onde você parte para navegar por mares nunca dantes navegados?
Nosso (louco) mundo cartesiano nos faz separar estas coisas: mulheres e homens procuram uma pessoa para ampará-los e outra para desafiá-los; Uma pessoa para se apaixonar, outra para ter tesão, outra para ser "uma companhia"... Por quê?
Somos seres complexos e esta tentativa de nos reduzir a um determinado tipo de pessoa certamente contribui para nossa angústia.  Gosto muito da minha filha, mas tem horas que quero ficar sozinho. Isto não me torna um pai desnaturado. Gosto de ler, de ir ao cinema, mas tem horas que quero ver futebol e ficar jogando no computador. E de ir ao Maracanã torcer e gritar pelo Fluminense. Existe algum tipo de lei que obrigue um "intelectual" a ser de um determinado jeito? Tenho uma amiga que estava fazendo análise para ajudá-la a resolver se ela era jornalista ou música. Falei pra ela: "na dúvida entre comunicação e música, porque você não fica com os dois?" Quem decretou que um cara em dúvida sobre sua profissão é um cara "não resolvido"?

Os padrões e regras pré estabelecidas que determinavam como um homem ou uma mulher deviam se comportar estão se diluindo, desaparecendo, e muita gente acha que isto é uma fonte de nossas angústias. Talvez, mas tentar seguir estes padrões só fez aumentar nossa angústia, porque sabemos que somos muitos... Estamos saindo de um mundo que nos obrigava a seguir os padrões, a ser uma pessoa de determinado tipo quando, no fundo, somos muitos... 


A boa notícia é que não precisamos ficar angustiados com isto. Não precisamos ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa válvulas, que é músico, ou jornalista. Sermos muitos não tem nada de errado. 

Basta sermos verdadeiros.




terça-feira, 24 de janeiro de 2017

O desconhecido como espaço de esperança. Feliz mundo novo!



"Ontem choveu no futuro" 
(O livro das ignorãças - Manoel de Barros)

"A dúvida é saudável. A certeza é enlouquecedora"... 
(Luiz Alberto Py, psiquiatra e psicanalista)



Por uma destas coincidências da vida, moro numa rua que vai dar no início da rua Mundo Novo. Costumo correr e caminhar por ali porque tem caminhos com muita sombra e um visual inusitado do Rio, em particular da Baía de Guanabara, do Pão de Açúcar e do Cristo. 



Foi num destes momentos que me dei conta que o ano novo que começa está prenhe de um mundo novo. Começamos, mesmo que ainda não tenhamos plena consciência disto, a perceber as coisas que acontecem na nossa vida de uma forma não linear, mais complexa, mais sistêmica. Mesmo a linearidade do discurso (sujeito-verbo-predicado) já não está dando conta da nossa necessidade de expressão. Nos livros, filmes, peças de teatro e mesmo na comunicação via mídias sociais procuramos novas formas de contar o que vimos e sentimos. 
Tínhamos a pretensão, ao entrar na escola, de aprender de cor todas as informações relevantes para nossa vida profissional, e hoje, cada vez mais nos damos conta que todo conhecimento é efêmero, incompleto... Este novo mundo nos faz ter a sensação que tudo é provisório: o trabalho (a rotatividade aumentou), onde moramos (as pessoas estão se deslocando mais, inclusive para outros países), as relações (cada vez mais pessoas se casam mais de uma vez). Se compararmos qualquer aspecto da nossa vida de hoje com cinquenta anos atrás (quando nasci), fica evidente que a provisoriedade da vida só fez aumentar. E isto, obviamente, nos assusta. O que é provisório nos faz perder o chão, as certezas. E nos faz ter medo.
Mas se pensarmos bem, a vida foi sempre assim. A mudança sempre fez parte da vida humana. Não estávamos aqui alguns milhões de anos atrás. Só os dinossauros... Só que ela não ocorria na velocidade que está ocorrendo. Em nossa existência, estamos vivendo uma diversidade de coisas que antes só eram vividas por várias gerações. Esta época de mudanças frequentes e contínuas nos fez perder a noção de que a instabilidade e a complexidade são características essenciais da vida. São intrínsecas à ela. A escola e os modelos mentais com os quais aprendemos a interagir no mundo é que nos fizeram colocar tudo em caixinhas isoladas, tentando reduzir a complexidade e mascarando a instabilidade inerente à vida. 
É preciso afirmar a instabilidade da vida, sua provisoriedade. A vida não é estável nem eterna! Temos uma visão negativa destas coisas e das incertezas e dúvidas que elas nos trazem, mas não devíamos esquecer que são as certezas absolutas que deformam e desfiguram a realidade. São elas que nos matam e nos fazem matar! Hitler e Stalin estavam absolutamente seguros do que estavam fazendo. Não tinham dúvidas...
"Ocupo muito de mim com o meu desconhecer" (Manuel de Barros)
A certeza é o contrário da vida, porque a dúvida não é só ficar indeciso. É supor, conjecturar, abrir e buscar novos caminhos. Neste sentido é ela que nos move, que nos faz querer prosseguir. Podemos ter certeza do amor da(o) mulher (homem) amada(o), mas tod@s sabemos que nada é eterno. Que o amor, como a vida, não é estável nem eterno. A dúvida é saudável! Não a dúvida que corrói, que destrói ou paralisa. Mas aquela que instiga, que nos faz querer continuar a descobrir o outro. Ela é um antídoto para nossa onipotência, e como diria alguém (que não anotei no meu caderninho...), nos liberta das algemas da convicção! 
Podemos ver o desconhecido como escuridão, uma coisa a ser evitada. E que nos dá medo. A maioria de nós procura evitar este mundo novo, desconhecido. Na vida profissional ou afetiva. Prefiro ver o desconhecido como um espaço de esperança. Claro que ninguém dá um passo no escuro sem um bom motivo. E que o medo é parte deste processo. Como a instabilidade e a provisoriedade da vida. Como a alegria ou o sofrimento. Ninguém gosta de sentir dor, por exemplo, mas tenho uma amiga que teve um filho que nasceu com uma doença que fazia com que ele não sentisse dor nenhuma. E esta era a maior ameaça à sua vida. Como não sentia dor podia morrer queimado ou com um osso quebrado. Muito louco isto, não? Quem não sente dor está muito mais ameaçado de morrer...
Claro que precisamos de uma bússola, de referências que nos ajudem a navegar nestes mares revoltos e provisórios da vida. E de um porto onde possamos encontrar um pouco de paz e tranquilidade...
Mas cobrar da vida uma regularidade e estabilidade que encontramos numa fábrica ou numa missa é o caminho seguro para a angústia, frustração e depressão. Porque estaremos no caminho oposto ao da vida. Quem vai sobreviver neste mundo novo são as pessoas abertas às transformações, capazes de se adaptarem às mudanças.
Sempre foi assim, não é?

Todos os dias chove no futuro... Então, coloquemos nossos sensores, nossa sensibilidade e nossa razão em ação para aproveitarmos este admirável mundo novo. Tem um mundo acabando, mas tem um outro começando. Basta termos olhos pra ver e estarmos atentos aos sinais deste futuro. Ele não está pronto, nem está escrito nas estrelas. O que ele vai ser depende de cada um de nós.
Bora construí-lo?



sábado, 21 de janeiro de 2017

Quem são os bobos?



"Sob os auspícios da generosidade, gostaria de chamar ao palco um grande amigo..." (Paulinho Malaguti Pauleira, chamando Lenine para dar uma canja no seu show, em março de 2011, no Teatro Baden Powell, em Copacabana )


A generosidade não é uma marca do nosso tempo. Quase todos os modelos de negócios estão baseados no "princípio" de que só a competição move a economia, os seres humanos e o mundo. Sem ela estagnaríamos. Uma empresa se acomodaria e acabaria ultrapassada pela concorrente; os seres humanos não se aprimorariam e o mundo não se desenvolveria. A generosidade pode até ser considerada politicamente correta, mas a visão que predomina, sobretudo nos meios empresariais, é de que ela é coisa de ingênuos. E de bobos.


Será?
Já nos esquecemos, mas quando as ações do Google foram lançadas na bolsa, em 19 de agosto de 2004, os comentários de todos os analistas econômicos dos principais jornais dos Estados Unidos eram de que a empresa precisava arranjar um outro modelo de negócio ou ia falir em menos de três anos. Se insistisse em prestar todos os seus serviços de graça ela não ia muito longe. Treze anos depois a empresa vale mais de U$ 500 bilhões e não se ouve mais este tipo de comentário... 

Da mesma forma, quando a Wikipedia foi lançada, ninguém ousaria pensar que esta enciclopédia, onde todos os colaboradores trabalham de graça, desbancaria a secular Enciclopédia Britânica e se tornaria uma referência mundial.


Quando a empresa americana Celera Genomics Corporation foi fundada, em 1998, com o objetivo declarado de sequenciar e patentear o genoma humano, ninguém teve dúvidas de que ela ia conseguir. O lançamento, um pouco antes, de um consórcio mundial reunindo milhares de pesquisadores de todo o mundo (inclusive do Brasil), com o mesmo objetivo, mereceu pouquíssimo destaque na mídia. Ninguém acreditava que um bando de pesquisadores, trabalhando de forma colaborativa e sem nenhuma recompensa a não ser seus salários, ia conseguir superar a eficiência de uma grande corporação privada, que prometia a seus funcionários participação nos enormes lucros advindos do patenteamento do genoma humano. 

Foi muito divertido ver a cara de incredulidade dos jornalistas econômicos quando, em 14 de abril de 2003, o consórcio internacional dos bobos e ingênuos anunciou a conclusão do sequenciamento do genoma humano e o tornou patrimônio da humanidade, para ser usado gratuitamente por todos. A rede mundial de pesquisadores tinha vencido a poderosa empresa americana e seus competitivos profissionais...

Podia ser só uma bela história onde os "mais fracos" vencem os ricos e poderosos, mas é muito mais do que isto. A sociedade do conhecimento em rede não vai acabar com a competição. Ela continuará existindo entre as empresas e entre os seres humanos, promovendo o desenvolvimento tanto da sociedade quanto de cada um de nós. Mas esta nova era abre a oportunidade para novas formas de se criar valor. Não é só a competição que cria valor, mas também a confiança, o compartilhamento e a generosidade. E isto funciona tanto no tablado de um teatro, quanto no palco da vida e do mundo dos negócios...

Pense nisso, pois quem ainda não entendeu esta nova realidade é que vai fazer o papel de bobo...





domingo, 15 de janeiro de 2017

A náusea e as flores

Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.

Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.

Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
...
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.

A flor e a náusea - Carlos Drummond de Andrade

A vida já me ensinou que ninguém muda por mudar. Todo processo de mudança é doloroso, envolve perdas e um passo rumo ao desconhecido. As pessoas e os países só mudam quando não tem alternativas. Estão enojadas e/ou entediadas e já entenderam que é mudar ou morrer... Aí nosso instinto de sobrevivência se sobrepõe ao medo da mudança e nós resolvemos fazer algo para mudar nossas vidas. 

O país anda triste e sem esperança. Nestas horas convém olhar para os artistas. Alguns deles têm o dom de ver antes o novo que está vindo. 

Este mês assisti ao filme Elis e ao espetáculo Trá-lá-lá, que conta a vida e canta as músicas de Lamartine Babo. Além do filme e da peça serem ótimas, me chamaram a atenção dois artistas extraordinários: Andréia Horta, que interpretou Elis e Daniel Haidar, que atua na peça.

O trabalho de Andréia é tão bom que ela ganhou o Kikito de Ouro como melhor atriz por seu desempenho no filme, mas quem mais me surpreendeu foi Daniel. Ele tem apenas 17 anos e é um ator completo: interpreta magnificamente (com leveza e uma tremenda presença e domínio do palco), canta, toca, dança e sapateia com maestria! Não me lembro de nenhum ator brasileiro que reúna todas estas qualidades. E ele tem apenas 17 anos... 

Não deixem de ir ver o filme e a peça, mas sobretudo guardem o nome destes dois artistas extraordinários: Andréia Horta e Daniel Haidar. No meio deste momento triste por que passamos eles são flores que furaram o asfalto, o tédio e a mesmice para anunciar que a arte brasileira está viva e criando novos talentos.






Façam completo silêncio. 
Paralisem os negócios,
Desliguem seus celulares e respirem fundo:
garanto que duas flores nasceram.







Corram para assisti-los!

Garanto que vocês não vão se arrepender...


quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Em 2017, CRIE!


"Não é no conhecimento, mas sim na criação que está a nossa salvação!"
 (Nietzsche)


Meu avô sempre me contava a história do prefeito que resolveu fazer uma festa, um ano depois de eleito. No alto do coreto da pracinha, diante da multidão reunida, o alcaide soltou o verbo: "Há um ano, quando assumi, esta prefeitura estava à beira do abismo. De lá pra cá, demos um passo adiante"...
O país começa 2017 com o desafio de superar uma grave crise e tudo o que não devíamos fazer é dar um passo adiante... Precisamos mudar de rumo e este novo caminho deve procurar colocar o Brasil na sociedade do conhecimento. Se no século passado as "quatro grandes" do mundo eram empresas de petróleo, hoje são Apple, Google, Microsoft e Facebook... A economia e a sociedade estão cada vez mais se estruturando de forma digital, em rede, e precisamos de um novo modelo de gestão de empresas, do setor público e da sociedade.
Desde 1998 o CRIE (Centro de Referência em Inteligência Empresarial) promove o MBKM (Master on Business and Knowledge Management), uma pós graduação Lato Sensu em Gestão do Conhecimento e Inteligência Empresarial cujo objetivo é preparar as pessoas e organizações para viverem neste novo mundo.
Em março estaremos lançando a 29a turma do curso e é só clicar AQUI (ou na imagem) para saber mais detalhes. 


Fazer mais e melhor do mesmo não dá mais resultados. Precisamos fazer diferente! 

EM 2017, CRIE!